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Leitura: hábito que leva ao desenvolvimento
Patrícia Bispo
A busca pela disseminação do conhecimento não é apenas mais um assunto na lista de discussão de uma reunião corporativa, mas sim uma questão que precisa ser levada a sério e colocada em prática. Afinal, o fluxo de informações vence fronteiras e chega às organizações, de forma incontestável, em uma velocidade cada vez maior. Resultado: as empresas necessitam contar com profissionais qualificados para enfrentar as exigências de uma competitividade acirrada. Diante dessa realidade, cada empresa busca desenvolver mecanismos próprios que estimulem o desenvolvimento dos funcionários. Muitas vezes, a solução está em alternativas simples, contudo criativas. Um desses exemplos acontece com a Drogaria São Paulo, que através do estímulo à leitura conseguiu despertar entre os funcionários a capacidade de ver o mundo sob prismas bem mais amplos do que eles poderiam imaginar. A idéia de instigar a prática de leitura entre os profissionais que atuam na organização surgiu no início da década de 90, graças à iniciativa de um supervisor dos depósitos da empresa que buscou inspiração na biblioteca da faculdade onde estudava. Observando o valor que a leitura agregava à vida das pessoas, ele apresentou a proposta ao presidente da companhia e logo recebeu o apoio inicial para comprar 80 livros para implantar a biblioteca que recebeu o nome Thomaz de Carvalho – homenagem prestada ao fundador da empresa. O primeiro passo tinha sido dado: os títulos haviam sido adquiridos e, no início, a maioria dos livros tinha cunho didático, especificamente sobre administração de empresas. O acervo da biblioteca cresceu devido às adesões dos funcionários, que para se associarem à biblioteca eram convidados a fazer uma adoção. Para se ter uma idéia de como o hábito da leitura tornou-se uma rotina junto aos colaboradores da empresa, hoje existem bibliotecas em cada unidade da Drogaria São Paulo nas mais de 200 lojas da rede – distribuídas em mais de 40 municípios nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Ceará. Em números, isso significa mais de 60 mil livros disponíveis nas bibliotecas regionais. Com o passar do tempo, estimular os funcionários a freqüentarem o ambiente literário não era o suficiente para a empresa. Era preciso ir um pouco além e levar os livros até os colaboradores. Foi quando em 2001 surgiu uma nova proposta: criar uma biblioteca itinerante, aonde os livros “caminhariam” até chegar às pessoas. De acordo com Tereza Amorim, gerente de RH da Drogaria São Paulo, a princípio, a Biblioteca Itinerante começou com 1.850 livros que foram doados pelo presidente da empresa, mas hoje o acervo chega a três mil títulos. Atualmente, cada loja possui uma média de 17 livros que funcionam no sistema itinerante. “As unidades recebem uma relação dos livros em PDF e disponibilizam a relação para todos da equipe. O funcionário pode solicitar um livro que está em outra unidade. O funcionário interessado pelo livro realiza a solicitação, o responsável pela biblioteca faz as anotações do nome do profissional e da loja que está sendo encaminhado o título. O funcionário terá o prazo de 15 dias para concluir leitura e devolver o livro, podendo prorrogar o prazo por mais 15 dias”, explica Tereza Amorim, ao acrescentar que além de contribuir para formação dos colaboradores a leitura é uma alternativa de lazer. Os títulos – Uma da maneiras encontradas pela Drogaria São Paulo para estimular os funcionários a lerem foi permitir que eles sugerissem a compra de exemplares. Hoje, o acervo é bastante variado e conta com best-sellers do mundo corporativo como: “O Monge e o Executivo”, de James C. Hunter, “Pai Rico Pai Pobre” de Robert T. Kiyosaki & Sharon L. Lechter e “Os 7 Hábitos da Pessoas Altamente Eficazes” de Stephen R. Covey. Mas para quem é adepto de uma literatura diversificada também estão disponíveis obras como “Os Irmãos Karamazov“ de Feódor Dostoievski, “O Xangô de Baker Street” de Jô Soares, bem como livros didáticos de administração e gerenciamento. Quando questionada sobre a receptividade dos funcionários em relação à leitura, a gerente de RH mostra-se animada, pois os colaboradores doam livros, apresentam sugestões e a quantidade de adesões tem aumentado. “O investimento na cultura traz mais respeito e credibilidade à organização. Para os nossos funcionários a possibilidade de ter diversos títulos à disposição, permite que eles estudem e façam pesquisas para suas atividades escolares nas horas vagas. O maior benefício conquistado por eles, é o conhecimento adquirido através da leitura”, conclui, ao lembrar que só esse ano a empresa já investiu cerca de 15 mil reais para a compra de novos títulos.
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